quarta-feira, 28 de julho de 2010

Pássaros

Quando acordei, me deparei com um imenso azul. Minha cama estava tão macia, parecia que havia deitado em uma cama de algodão, foi quando me levantei e o Sol estava lá! Bem perto de mim, mas ele não queimava e sua luz atraía o meu olhar curioso. Estava vestida com roupas de cetim, escutava uma música, um assobio calmo, então comecei a dançar. Eu estava no céu! Flutuava por entre as nuvens, aquela música era contagiante. Mas eu não estava sozinha, era ele, a pessoa que mais amei, mas que teve que se despedir da Terra, ele era perfeito demais para viver no mundo do pecado. Ele estava ali, olhando para mim, sorrindo! Não havia mudado, estava apenas mais feliz do que da última vez que o vira. Corri a seu encontro, a música não havia parado, mais pensando bem, não posso dizer que corri agora eu tinha asas! Voei como uma águia veloz e lhe dei um abraço forte, tão intenso quanto era o meu amor por ele. Não precisávamos falar, não éramos limitados por palavras, nossos sorrisos falavam por si, nossos olhos brilhavam, parecia que aquele abraço havia nos unido em um. Agora éramos fortes, imbatíveis. Finalmente paramos de nos abraçar, ele segurou a minha mão e juntos nós dançamos aquela melodia, não cansávamos de estar juntos... Tentando matar a saudade de uma vida inteira.
Agora eu sabia por que aquela música nunca parava, aquela música era apenas amor.
Juntos nós flutuamos e chegamos bem perto do Sol, perto mesmo. Tentei tocá-lo, mas logo uma luz branca nos invadiu, estava de olhos fechados, não queria abrir, tinha medo de acordar, mas na minha mão ainda sentia a mão dele, então tive coragem e abri os olhos, ele ainda estava lá, sorrimos. Deparei-me com um imenso jardim, com belas flores, pássaros, borboletas e uma infinita cachoeira, foi quando eu vi a lua, estava sorrindo. Juntos eu e ele brincamos na cachoeira e dormimos em baixo de uma árvore. Abraçados!
Há quanto tempo eu não sentia aquele abraço de pai...